quinta-feira, 5 de maio de 2011

20 SUGESTÕES PARA SEU FILHO AMAR COMIDAS SAUDÁVEIS

É nos primeiros anos de vida que aprendemos a comer. Foi essa a conclusão de um estudo americano publicado na revista Clinical Pediatrics depois de avaliar crianças e adolescentes obesos e descobrir que mais da metade já se encontrava nessa situação aos 2 anos. Segundo os pesquisadores, os hábitos alimentares aprendidos nessa primeira fase orientam a criança em seu futuro e são difíceis de serem modificados. E é justamente nesse período que os pais têm mais dúvidas à mesa tentando cumprir bem o seu papel. Conheça as principais sugestões dos especialistas para oferecer uma boa educação alimentar ao seu filho

1. Seja o exemplo
Papai e mamãe são os maiores exemplos, mas isso nem sempre é bom. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, 40% dos adultos brasileiros são obesos, o que prova: a alimentação dos pais não reflete bons hábitos. Não adianta nada o casal acostumado a pedir sanduíche no almoço e comida chinesa no jantar imaginar que ensinarão o filho a comer de forma saudável. Se ele não presenciar a mãe saboreando uma deliciosa salada, não vai fazer o mesmo. Iniciar as modificações desses hábitos ainda durante a gravidez – que também exige uma boa alimentação – dará mais tempo para efetivá-las até que o bebê comece com as papinhas. A mudança em geral é difícil, principalmente nas primeiras semanas, mas o investimento vale a pena. Caso a criança vá ficar aos cuidados de outra pessoa, como parentes e berçários, verifique como é a conduta deles também.
2. Aprenda a cozinhar
Segundo a maioria dos especialistas, o fato de as famílias comerem de forma inadequada tem a ver com a falta de tempo e disposição para cozinhar. Primeiro passo: distribua tarefas e organize os horários para que alguém consiga ser o cozinheiro. Muitas pessoas descobrirão que preparar um prato saudável requer menos tempo do que se imagina. Pedir ajuda a parentes, amigos e vizinhos gourmet também é uma boa dica. Já existem no mercado livros de culinária destinados aos cozinheiros de primeira viagem, com fotos e textos bem didáticos. Quando aprendem a cozinhar, os pais também ficam mais conscientes sobre as vantagens de uma alimentação saudável. E podem, por que não?, descobrir um prazer nisso.


3. Diversifique a papinha
Uma boa papinha precisa incluir os três grupos alimentares: construtores (carnes de boi, frango e peixe, feijão, ervilha, proteínas), energéticos (arroz, macarrão, batata, carboidratos em geral) e reguladores (legumes, verduras, fibras). Diversifique bastante. Oferecer o máximo possível de variedades de alimentos é importante para garantir o fornecimento de todos os nutrientes necessários ao crescimento do bebê. É importante também para ele conhecer e se acostumar com a comida, descobrir suas preferências e tolerâncias. Quando é colocada em contato com muitos tipos de alimento, a tendência da criança é aceitar tudo, incluindo frutas, legumes e verduras. Quanto menos variado for o cardápio, mais seletiva ela será, principalmente na adolescência, o que pode prejudicar seu desenvolvimento e até o futuro controle de peso.
4. Prepare combinações apetitosas
Comida de criança tem de ser gostosa e não apenas uma soma de ingredientes. Crie combinações que um adulto também apreciaria, com bom senso, levando em conta os diferentes sabores e as misturas possíveis – e cabíveis. Não é recomendável utilizar sal, pois os alimentos já contêm sódio suficiente para suprir as necessidades diárias de uma criança – em excesso, ele causa hipertensão e problemas renais. Personalize a receita com temperos in natura, como cebola, alho, salsa, cebolinha e outras ervas, para deixar a papinha mais gostosa. Comida malfeita desestimula o bebê a gostar de comer.


5. Respeite cada fase
Respeitar cada fase até os 2 anos incentiva o apetite infantil. Sem os dentes terem nascido, o bebê consegue apenas ingerir papinhas pastosas, preparadas com alimentos amassados (jamais batidos no liquidificador). Depois disso, a consistência deve caminhar gradualmente para uma sopa pedaçuda. Entre os 8 e 9 meses de idade, já é possível oferecer alimentos macios em pedaços. Carnes podem ser moídas, picadas ou desfiadas. Quando a mastigação não é estimulada, a criança tende a não aceitar saladas, carnes em pedaços, frutas e alimentos que exijam mais, principalmente os que são boas fontes de proteínas e fibras.

6. Ofereça muita água
Acostume seu filho a beber água ou ele poderá crescer sem esse hábito. A água é muito importante na infância para ajudar no bom funcionamento do intestino e diminui o risco de problemas como dores de cabeça e musculares, dificuldade na digestão e sobrecarga nos rins. Não existe uma recomendação médica específica sobre a quantidade, mas ofereça depois das refeições – nunca durante – e entre elas. Faça o mesmo com os sucos. Com o tempo, a própria criança aprenderá a indicar que está com sede.
7. Evite as guloseimas
Evite açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas sempre, mas principalmente nos dois primeiros anos. São alimentos de grande valor calórico e sem nenhum nutriente, além de não acrescentarem nada ao organismo. Muitos contêm aditivos químicos. Um bebê criado de forma saudável vai entender que a sobremesa é fruta, e não doce. Mesmo que mais para a frente tenha contato com as guloseimas, a criança terá outra relação com elas.

8. Deixe a criança comer o quanto quiser
Até os 2 anos, ela tem a capacidade de saber exatamente quando está saciada e obedece a essa “ordem” do organismo. Se os pais insistem para que ela se alimente mais, acabará fazendo isso para agradá-los e corre o risco de perder tal habilidade. Não saberá mais distinguir quando a fome acabou. Com o tempo, seu estômago pode dilatar, aumentando o risco de se tornar uma pessoa obesa.

9. Observe o quanto seu filho come
Cuidado com o quanto oferece de comida. Uma grande quantidade pode assustar a criança e até desestimular seu apetite. A tendência do adulto é fazer o prato semelhante ao seu, esquecendo que o estômago infantil é menor – a capacidade gástrica de um bebê de 1 ano, por exemplo, é de 250 ml, enquanto a de um adulto é de 1,3 mil ml. Para não exagerar, observe durante algumas semanas o quanto seu filho come. Em alguns dias, ele come mais e, em outros, menos, mas você notará que existe uma quantidade-padrão que pode servir como referência.
10. Mantenha, sempre que possível, os mesmos horários de refeição
Isso ajuda na organização do metabolismo da criança, que conseguirá entender melhor as sensações de fome e saciedade. A atitude também vai ajudar na rotina de casa: fica mais fácil saber a hora de ir para a cozinha preparar o almoço ou a antecedência necessária para fazer compras. Sem falar que os pais também conseguem administrar melhor o tempo e estar presentes na mesa com o filho – ou procurar que alguém adequado esteja.

11. Não force a criança a comer
Tente um pouco, mas não insista. É difícil ver o filho não se alimentar, mas controle a ansiedade. Guarde a comida na geladeira, espere meia hora e ofereça novamente. Às vezes, é apenas uma questão de o apetite estar com horários errados. Se ela recusar novamente, descarte essa comida e adiante o horário da próxima refeição. Jamais ofereça doces, bolachas e salgadinhos no lugar do que foi recusado.

12. Ofereça comidinhas para pegar com as mãos
Uma forma de incentivar o apetite do bebê e ainda ajudar o seu desenvolvimento motor fino é criar comidinhas que possam ser consumidas com as mãos. Pedacinhos de pão, frutas e legumes picados, carnes desfiadas, são alguns exemplos do que pode ser oferecido em um pratinho de plástico. A criança vai se divertir tentando comer sozinha e associará esse prazer ao ato de se alimentar.

13. Observe a qualidade e quantidade das refeições
É necessário mudar a imagem de que uma criança saudável é a que come muito. Os pais têm a sensação de missão cumprida quando o filho limpa o prato, mas isso não é sinônimo de saúde. E cuidar não é só alimentar mas também observar a quantidade e a qualidade das refeições. A obesidade não ocorre porque alguém come demais uma ou duas vezes, e sim porque uma pessoa come um pouco a mais todos os dias. Não deixe esse costume fazer parte da sua família.
14. Faça uma refeição com o pequeno
Os pais devem organizar a vida para fazer pelo menos uma refeição com os filhos, não importa qual. Além de observar os hábitos alimentares dos adultos e tentar imitá-los, a criança também vai aprender que o horário das refeições pode ser divertido, uma fonte de prazer. Conversas agradáveis, brincadeiras e, lógico, uma boa comida só ajudam.

15. Não incremente demais os pratos
Adultos podem achar delicioso um bom filé de frango ao molho curry, mas com certeza a criança não. Quando o bebê entra na fase de comer a “comida da família”, ao completar 1 ano de idade, isso não significa que vai apreciar qualquer coisa. Receitas muito elaboradas ou com temperos mais picantes podem desagradá-las. O ideal é fazer uma adaptação do que os pais irão comer. Também não é recomendável estimular sabores acentuados, pois eles incentivam o desenvolvimento de preferências futuras que não serão saudáveis. Excesso de sal causa hipertensão, problemas gástricos e renais, e o açúcar leva ao diabete tipo 2 e obesidade. Bebês não precisam disso. O açúcar do leite materno (lactose) tem baixo poder adoçante e adoçar as preparações, mesmo com mel, é completamente desnecessário e prejudicial.

16. Nada de comer de frente para a TV
Resista à tentação de dar comida para a criança na frente da televisão. Isso se tornará uma prática que a seguirá até a vida adulta. Ela precisa aprender que o ato de comer é prazeroso e dispensa outras distrações. Assim, prestará atenção na comida, em seu gosto, sua textura e, principalmente, saberá quando a fome acabou. Quem se alimenta realizando outras tarefas come de forma automática, sem distinguir quando está saciado. E come a mais. Existe ainda a possibilidade de a criança ficar tão distraída com a tela iluminada que não comerá nada. O correto é o bebê ter um cadeirão e fazer as refeições à mesa, de preferência juntamente com a família.
17. Cuidado com o exagero de carboidratos
O excesso pode levar à predisposição de doenças como obesidade e diabetes. Mas não só arroz, pão e massas podem ser os vilões. Estudos recentes mostram que o consumo excessivo de proteínas, especialmente nos primeiros anos de vida, está relacionado com o desenvolvimento de obesidade no futuro. O grupo dos alimentos reguladores (legumes e verduras) é o que deve aparecer em maior número na hora de pensar no preparo da comida.

18. Improvise
Com o tempo, você vai notar que o bebê tem preferências. Aproveite esse conhecimento quando ele estiver doente – dar o que mais gostam (entre os alimentos saudáveis) pode ser a única maneira de alimentá-los. Isso também pode ajudar na hora de introduzir os vegetais: combinado com o prato preferido, fica mais fácil conhecer o alface, a escarola, o chuchu etc. Facilite a aceitação improvisando novas formas de apresentação. O ideal é que a criança coma as frutas da forma mais natural, com as mãos. Mas, no começo e para os apetites mais difíceis, vale picar o mamão ou fazer um espetinho (sem ponta) com morangos e bananas, por exemplo.

19. Respeite o horário de comer da criança
Quando comer fora de casa, seja em restaurantes, seja na casa de amigos, garanta que o bebê tenha seu horário de comer respeitado. O ideal é alimentá-lo antes de sair de casa, assim ninguém fica ansioso e evitam-se choradeiras. A criança não terá paciência para esperar a chegada dos pedidos e nem sempre apreciará as experiências culinárias do anfitrião. Há quem resolva o problema com as papinhas prontas. Usadas uma vez ou outra, elas não são prejudiciais – são feitas com ingredientes naturais e não possuem conservantes. Mas, a longo prazo, não oferecem a variedade necessária para incentivar o apetite do bebê nem o carinho que ele merece, recebendo comidinhas feitas na hora e com alimentos frescos.
20. Dar comida para um bebê exige paciência, criatividade e tempo
A tendência deles é cuspir a comida, fazer “não” com a cabeça, jogar os talheres no chão, tudo para brincar com você. Podem rejeitar sabores novos, e os pais não devem desistir – é necessário oferecer pelo de oito a dez vezes o mesmo alimento até ter certeza de que a criança não gosta dele. Haverá momentos em que o apetite está ótimo, mas em outros não, e sem razão alguma. Um dia vão adorar frango, em outros só vão querer saber da banana. Não existe uma lógica. Com o tempo, explorar os ambientes e brincar vai se tornar mais interessante do que comer – o apetite da criança pode diminuir e é necessário se adequar às expectativas. Quando isso não acontece, as refeições se tornam momentos de ansiedade e frustração, um exemplo nada bom para as crianças. Pais que acreditam não ter a paciência necessária para tudo isso podem delegar a tarefa para outra pessoa sem a menor culpa, mas devem continuar por perto e cuidar da alimentação do filho com o mesmo carinho.

FONTE:BEBE.ABRIL.COM.BR

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